Citação do dia: Murakami

“Most runners run not because they want to live longer, but because they want to live life to the fullest. If you're going to while away the years, it's far better to live them with clear goals and fully alive then in a fog, and I believe running helps you to do that. Exerting yourself to the fullest within your individual limits: that's the essence of running, and a metaphor for life — and for me, for writing as whole. I believe many runners would agree”

Haruki Murakami, What I Talk About When I Talk About Running

O que aprendemos no trail: lições de vida

Foi um sábado repleto de lições. Algumas aprendidas no meio da lama, outras ao almoço. Se vamos repetir? Sempre.

Lição 1: o trail não é para fraquinhos. Todo o treino em ginásio compensou, até porque a forma de correr é totalmente diferente da de estrada. O piso é bastante mais exigente e trabalha-se todos os músculos (oiçam o que vos digo: todos!!!), agilidade e coordenação (principalmente se não querem ir dizer bom dia à lama... assim só para acordar).

Lição 2: Eu e a Inês descobrimos que estamos em grande. Não só não fomos as últimas, como ainda corremos mais dois ou três quilometros do que estava previsto. Se nos perdemos? Sim. Mas não fomos as únicas. Na verdade, foi praticamente toda a gente. Se nos divertimos? Sim, muito!

Lição 3: As paredes não se correm. Eu explico. A maior parte das subidas não eram íngremes. Eram paredes. De terra e rocha, mas ainda assim, paredes. Se corremos pelas paredes acima? Não, mas já faltou mais.

Lição 4: O telemóvel é importante. Não nos aconteceu nada, mas caso caia ou torça um tornozelo, e caso tenha rede (ah, pois! Também é importante), o telemóvel é capaz de vir a dar jeito.

Lição 5: Os ténis de trail deram jeito, até porque tinham solas de mais aderência. Se assim já foi o que foi, imagino com os meus queridos e branquinhos Asics de estrada.

Lição 6: Eu a Inês combinamos que faríamos a prova junta, apesar de a nossa passada ser diferente. Ajudou imenso porque nos motivamos e não entramos em pânico quando fizemos metade da prova sem ver ninguém!

Lição 7: Estou em treinos para ser toughmudder e por isso fui de calças e meias curtas, mas o habitual é ver toda a gente de calças compridas e meias de compressão até ao joelho, que não só ajuda a fazer uma maior entrega de oxigénio aos músculos, acelerando a remoção do ácido láteo, como protege contra arbustos e afins.

Lição 8: Apesar de ter sido estupidamente exigente, não resisti a ir ver o calendário da Associação de Trail Running de Portugal para espreitar as próximas provas. Candidatos?

Lição 9: Não olhar para cima nas subidas. Ajuda a esquecer que a subida nunca mais acaba. Estabelecer metas curtas também ajudou. Por exemplo, contar de 10 em 10. "São só mais dez passos e é sempre a descer. Só mais dez e sempre a descer. Anda Inês... É já a descer." "Onde? Onde?" "Não sei, não vejo, mas deve ser já a descer". E assim se engana uma amiga...

Lição 10: Os almoços nas Associações Recreativas são sempre bons. Principalmente quando se correu 18 km...

Trail Monte Servers

Perante estas imagens penso que no sábado vai doer... antes, pela antecipação, durante, pelo desafio de acabar viva os 16km e depois, porque durante o resto da semana algo que me diz que as minhas pernas não vão responder lá muito bem... Nada como iniciação ao trail, para começar bem o fim-de-semana....(ou não...)

 Juro que no final da corrida (ou durante!) tiro uma fotografia deste género, com um ar de quem vai conseguir fazer a corrida cool...ou isso ou cheia de lama...ou deitada no chão... ou a lançar um pedido de socorro...ou a implorar para me irem buscar... pronto, já me deixei levar!

Citação do dia: George Sheenan

 --> "It's very hard in the beginning to understand that the whole idea is not to beat the other runners. Eventually you learn that the competition is against the little voice inside you that wants you to quit."

Dr. George A. Sheehan (November 5, 1918 - November 1, 1993). 

A correr de e para Cascais

É um Domingo. Podíamos estar todos a dormir (bem, eu não porque tenho duas crianças pequenas...) mas, sem dúvida, podíamos estar no sofá... Preferimos ir correr 5km/20km numa manhã cinzenta e fria. O que aprendemos? Que sabe mesmo bem poupar o sofá! Como sempre, fizemos um trote antes de começar a prova, a mando do Pedro, programámos playlist e afins... Já disse que descobri que Prodigy é excelente para correr? Mais vale tarde que nunca.

A pergunta que fizemos às 7h00 da manhã quando nos levantámos, foi a mesma que fizemos quando todos acabamos de correr: "Porque não uma corrida intermédia?". É que 5km já não nos satisfaz, mas 20km é para corajosos (leia-se o Pedro e o João), principalmente porque no próximo fim de semana estamos em Monte Serves a correr 17km (!!!!).
De qualquer forma, o convívio foi, como sempre, excelente (e ainda há quem pergunte porque é que vamos correr!) e os objectivos de cada um foram cumpridos: eu e a Inês abaixo dos 30, o André abaixo dos 25 e o João nos 20k abaixo de 1h40. A Marta e a Ana estrearam-se connosco e acho que vão voltar...quase de certeza... O Pedro lesionou-se, mas como diz o André, para nos mandar amanhã fazer flexões e afins basta conseguir falar! É que o ToughMudder está já ao virar da esquina!
No final, nada como uma barrita da LEV. Eu e o André optamos por uma de maçã/romã e a Inês e o João de chocolate crunch. Num dia normal, comeria metade de manhã e outra metade no lanche da tarde, mas em dias de corrida revelou-se o ideal. Era isso ou o Santini! (era a brincar...)

Monsanto rocks!

O André e o João foram correr para Monsanto (Lisboa) de manhã e adoraram. Com um pulmão mesmo aqui ao lado é uma pena aproveitarmos tão pouco (refiro-me a nós os cinco, claro!). Eu era para ter ido, mas tive um rebate de consciência e fui trabalhar. Correr é assim: de repente damos por nós a pensar: "Talvez se eu for depressa não deem pela minha falta...vendo bem são só duas horas...e posso sempre ir vestida para correr para o escritório...". E pronto, é aqui que se faz clique e percebemos que estamos a "navegar na maionese". Fui trabalhar e pronto.

O mais difícil foi aturar o João quando chegou a casa e os posts entusiastas do André no Facebook... Eu que ainda nem sequer estreei os meus ténis novos de trail. Da Asics, claro!
De qualquer forma, fui investigar um bocado Monsanto (eu que só conheço o Parque do Alvito, de que a O. é uma enorme fã) descobri por via do meu marido que existe uma Rota da Água (7,5km) e descobri também um mapa fantástico em baixo. Desculpas já não existem.

Meia Maratona em miniatura

Hoje no escritório a I. apresentou-me um vídeo do Gonçalo Valente, que não resisto a partilhar. O objecto de "estudo" é a 22ª Meia Maratona de Lisboa (2012), vista sob o olhar atento deste arquitecto e fotógrafo, num movimento "tilt shift"(se não sabem o que é, podem ver aqui ou aqui). Este ano esta corrida vai ter mais cinco protagonistas a passar a Ponte 25 de Abril, todos a correr os 20km (somos nós!!!). No meio desta descoberta, alguém no escritório comentou "A vista deve ser espectacular". Ao que não resisti a responder "Ah pois... A correr 20km, é bom que a vista seja fantástica, porque vai ser devagarinho...". A não perder o vídeo aqui.

Sempre adorei as imagens em "tilt shift" e, como não podia deixar de ser, tenho um carinho muito especial pelo calendário da marca japonesa de roupa Uniqlo. A não perder também o vídeo em baixo.
Ainda dizem que não se aprende nada a correr!!!

Uma corrida ultra sónica

Ontem quando fui correr, depois de deitar as crianças, este era o cenário: à esquerda ninguém, à direita vazio. Aprendi que o Parque Eduardo VII oferece sempre um impulso para correr mais depressa, até porque andam a poupar nas luzes, que o frio não ajuda nada a respiração, e que a subida do Corte Inglês não é para "meninas". A parte positiva é que a ciclovia que cruza as avenidas novas é perfeita para correr, para dizer olá a quem passa de bicicleta e ainda dá para espreitar a montra do Corte Inglês, mesmo à velocidade ultra sónica a que passei (esta teve piada não teve?)

A corrida de ontem deu nisto (em baixo). Ainda tive vontade de parar ao oitavo quilometro (afinal, quem está a ver?), mas depois lembrei-me da minha equipa dos Road Runner e dos comentários que ia ouvir. E pronto. Corri os 10 km com que me tinha comprometido e soube mesmo bem. Não há nada como uma corrida para começar a semana e umas bolachas de chocolate da LEV para ir para a cama sem fome. Isso e muita água!

Tough Mudder: aqui vamos nós

Eu vou contar como tudo começou. No meio de um treino o meu PT Pedro disse: "Ah!Ah! E se fossemos ao Tough Mudder?". No meio do treino eu respondi "Ah!Ah! Olha que era giro!". No dia a seguir, o João chegou a casa e disse "Ah!Ah! Era o máximo irmos ao Tough Mudder" e eu, novamente, respondi: "Ah!Ah! Realmente tinha piada". Bastaram dois dias para me arrepender de me ter rido. O João olhou para mim, com um sorriso ao de leve nos lábios e disse "Ah!Ah! Vamos ao Tough Mudder. Já te inscrevi. Ainda pensei eu dizer-te só no dia antes, mas o Pedro acho que talvez não fosse a melhor estratégia a seguir." Não me ri muito nos minutos a seguir, mas como sempre comentei "Se já estamos inscritos, agora temos de ir...."